segunda-feira, 27 de abril de 2009

Música no culto ou culto à música? (4)

Nesta quarta parte da série respondo a mais três perguntas. Você sabe qual é a diferença entre louvor e cântico? Existem restrições na Bíblia quanto ao uso de instrumentos musicais? O que é a música gospel, afinal?

9 - Há diferença entre louvor e cântico?

Segundo as Escrituras, há distinção entre o louvor e o cântico de louvor (Sl 149.1). Quem de fato canta louvores está louvando a Deus, mas é possível louvar a Deus sem cantar, e cantar sem louvá-lo. O louvor, conforme Salmos 103.1,2, envolve tudo o que há em nós: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há mim bendiga o seu santo nome”.
As palavras de louvor devem nascer em um coração preparado (Sl 57.7), pois o cântico é apenas um meio de se louvar a Deus (Sl 69.30), e não o louvor, em si. Louvar a Deus é glorificá-lo, honrá-lo, com tudo o que há em nós, espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23).
Por conseguinte, é possível alguém cantar bem, tecnicamente, valendo-se inclusive de letras cristãs, sem, no entanto, louvar o Senhor. Isso aconteceu nos dias do profeta Isaías: “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim...” (Is 29.13).

10 - Que instrumentos devem ser usados?

A Bíblia não proíbe o uso de nenhum instrumento. Ela menciona inclusive diversos tipos: de sopro, de percussão, etc. (2 Cr 15.14; Sl 98.6; 150.4,5). Apesar disso, é importante que pastores e líderes de louvor atentem para o fato de que certos instrumentos — em razão de serem empregados em cultos afro-brasileiros e estarem intrinsecamente associados a cultos oferecidos a falsos deuses — não combinam com o culto a Deus. O bom senso ajuda bastante, nesse caso (1 Co 6.12).
Em regra geral, o que importa para Deus é quem toca e como toca (1 Sm 16.7; 2 Rs 3.15-20; Sl 33.3). Conquanto a Escritura não apresente proibições expressas, o uso exagerado dos instrumentos eletrônicos e de percussão prejudica o louvor.
No louvor a Deus, em um culto, os instrumentos devem ser bem tocados, suavemente, sem exageros, sem excesso de volume. O músico cristão deve ter sempre em mente que a sua missão é compor e tocar músicas adequadas para o louvor, ou seja, hinos espirituais que, em nenhum momento, desviem a atenção das palavras de louvor.

11 - O que é música gospel?

A palavra gospel, em inglês, significa “evangelho” ou “evangélico”. Como estilo musical, foi usada na década de 1920 por Thomas A. Dorsey, cantor de blues da Geórgia (EUA) e filho de um pastor batista. Mas a origem do gospel rhythm remonta ao final do século XVIII, quando escravos africanos adaptaram hinos religiosos, injetando neles vários elementos de sua tradição musical.
No século XIX, o gospel chegou à terra americana junto com os escravos e passou a ser chamado de negro spirituals, um tipo de blues sacro. A semelhança entre os ritmos era tão grande que muitos cantores da época começaram a carreira cantando o negro spirituals em igrejas protestantes.
Entretanto, é importante distinguir o gospel surgido nos EUA do sincrético estilo utilizado nos dias de hoje. O primeiro era um tipo de blues, que veio a determinar o estilo da “música cristã” norte-americana, enquanto o gospel hodierno abarca diversos ritmos (rock, funk, rap, axé, samba, etc.) com letras supostamente cristãs.
Em outras palavras, hoje, no Brasil, qualquer música pode ser considerada apropriada, “gospelizada”, desde que fale de Jesus ou da Bíblia. Aliás, hoje em dia, para ser considerada música gospel, basta falar de sonhos, de fogo, de vento ou empregar bordões do tipo "Deus vai mudar a sua história"...
Na verdade, a chamada música gospel tocada nas igrejas e nas rádios evangélicas está carregada de agressividade e barulho, e tem pouco ou nenhum conteúdo bíblico. Alguns cantores evangélicos, com uma postura de quem quer demolir o mundo, afirmam que fazem tudo para a glória de Deus, ignorando o que está escrito em Colossenses 3.16. Mas a Bíblia é muito clara a respeito do cântico que deve estar em nossos lábios (Sl 96.1; Is 42.10).
Em Levítico 9.23–10.2, mencionam-se três tipos de fogo. Deus manifestou-se por meio do “fogo da sua glória” (9.24). Nadabe e Abiú, filhos de Arão, trouxeram um “fogo estranho” (10.1) ao santuário, e o Senhor os castigou com o “fogo do seu juízo” (10.2). Que seria esse “fogo estranho”? Falta de reverência? Vasos sujos? Sacerdotes em pecado? Culto simultâneo a deuses estranhos? Incenso estragado?
Utilizar estilos musicais impróprios para o louvor a Deus é o mesmo que usar “fogo estranho”: algo que o Senhor rejeita, abomina. E é isso que temos visto nesses últimos dias, em que os interesses comerciais falam mais alto do que as verdades da Palavra de Deus (2 Co 2.17; 2 Tm 3.1-5; 4.1-5).
Que o Senhor Jesus Cristo nos ajude a entender que, para segui-lo, é preciso negar-se a si mesmo, abandonando preferências pessoais, gostos, caprichos, a fim de fazermos a sua vontade (Lc 9.23; Rm 12.1,2).

(continua...)

Ciro Sanches Zibordi

sábado, 25 de abril de 2009

Pr. José Wellington foi Reeleito

Aconteceu nesta semana na cidade de Serra, Grande Vitória (ES), nos dias 20 a 24 de abril de 2009 a 39ª Assembléia Geral Ordinária da CGADB.
E o Pastor José Wellington foi reeleito mais uma vez, e presidirá a Igreja Assembléia de Deus até 2013, e como 1º vice o pastor Silas Malafaia.

Nosso pastor presidente Antonio Silva Santana foi eleito como 1º Tesoureiro.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

J E S U S D I S S E

VERSÍCULO:Então toda a assembléia levantou-se e o levou a Pilatos. Ecomeçaram a acusá-lo, dizendo: Encontramos este homem subvertendoa nossa nação. Ele proíbe o pagamento de imposto a César e sedeclara ele próprio o Cristo, um rei. Pilatos perguntou a Jesus: Você é o rei dos judeus? Tu o dizes, respondeu Jesus.-- Lucas 23:1-3

PENSAMENTO:Aquele que um dia libertará ou condenará ao juízo eterno cadaalma em toda a raça humana, se submeteu a cadeias, insultos eacusações falsas. O juiz do universo se submeteu ao julgamento dehomens. E vimos como foi a nossa justiça. É de se admirar que Deusnão aniquilou toda a humanidade naquele momento. É de admirar queele tinha, e que hoje ainda tem, esperança em nós. É assim tãogrande o amor de Deus por nós.

ORAÇÃO:Meu Senhor, quando eu penso na minha reação às pequenasinjustiças e injúrias que tenho enfrentado na minha vida, tenhovergonha. Eu não teria suportado a primeira hora de tudo que Jesusenfrentou por mim. Só posso lhe agradecer e pedir sua paciênciacomigo. Eu lhe agradeço por tudo que ele fez por mim. Em nome e poramor a Jesus eu oro. Amém.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Música no culto ou culto à música? (3)

Já fui acusado por alguns maldizentes de plantão de ser contra o grupo tal ou o cantor tal. Mas tenho levado à sério o que está escrito em 1 Tessalonicenses 5.21: “Examinai tudo; retende o bem”.

Reconheço que, em nossos dias, há poucos hinos que de fato servem para louvar a Deus, mas eles existem.
Nesta terceira parte da série sobre a música no culto coletivo a Deus responderei a mais duas perguntas. A minha intenção não é falar contra ou favor de alguém ou de algum grupo, e sim examinar à luz das Escrituras a música na igreja. Nesse caso, se eu mencionar algum hino ou canção (há diferença, sim, entre ambos!), são apenas exemplos que nos ajudam a entender a parte teórica até aqui apresentada.

7 - Qual é a importância do louvor?

Como já vimos o louvor a Deus permanece para sempre. Temos inúmeras razões para louvar o Senhor. Primeiro, fomos criados, formados e feitos para a sua glória (Is 43.7). Segundo, é bom louvá-lo (Sl 92.1). Terceiro, Ele — e só Ele — é digno de ser louvado (Sl 48.1; Ap 4.11). E mais: Ele habita no meio dos louvores (Sl 22.3).
Por isso, quando de fato louvamos a Deus, sentimos alegria no espírito. O verdadeiro louvor chega ao Céu, de onde recebemos respostas para as nossas necessidades (Jr 29.13; 33.3). Pronunciar palavras de louvor a Deus é algo tão maravilhoso, que o salmista fazia isso sete vezes durante o dia (Sl 119.164).

8 - Qual é a verdadeira música de louvor?

Nos dias do rei Ezequias, houve um grande avivamento (2 Cr 29). Ele começou a reinar em Judá aos 25 anos e fez o que era reto aos olhos do Senhor: abriu as portas da casa de Deus, ajuntou os sacerdotes e levitas, ordenou que todos se santificassem, celebrou a páscoa etc. (vv. 2-20). No seu reinado, a música de louvor tinha as seguintes características:
1) Ordenada pelo Senhor: “... este mandado veio do SENHOR, por mão de seus profetas” (v.25). Deus é o maior interessado no verdadeiro louvor, acompanhado de uma música que o agrade.
2) Executada com instrumentos consagrados a Deus: “E pôs levitas na Casa do SENHOR com címbalos, com alaúdes e com harpas, conforme o mandado de Davi e de Gade...” (v.25). Hoje muitos executam a sua música dentro e fora da casa de Deus, e da mesma maneira, como se o seu trabalho fosse meramente artístico. Porém, exige-se uma vida de santificação dos músicos que louvam a Jesus.
3) Tudo feito com ordem: “Estavam, pois, os levitas em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes, com as trombetas” (v.26). Nosso Deus é um Deus de ordem (1 Co 14.26,40; Gn 1; Nm 2). Cultos (cultos?) há em que não vemos nenhuma ordem no momento do louvor (louvor?).
4) Músicos submissos ao líder: “E deu ordem Ezequias que oferecessem o holocausto sobre o altar, e, ao tempo que começou o holocausto, começou também o canto ao SENHOR...” (v.27). Geralmente, os músicos gostam de agir por conta própria; sentem-se superiores... Às vezes, dizem: “O pastor nada entende de música e quer nos dizer como tocar”. Mas aqueles músicos eram sujeitos ao rei Ezequias. Que belo exemplo!
5) Músicos e cantores preparados (v.27). Naqueles dias havia cantores e músicos. Não há menção a dançarinos ou coreógrafos. Quando o rei deu ordem, os tais começaram a tocar e a cantar, pois estavam devidamente preparados para isso. Requer-se, pois, de quem atua no glorioso ministério do louvor a Deus: fidelidade a Deus constante, dedicação, persistência, pontualidade, etc.
6) Sem inovações: “Então, o rei Ezequias e os maiorais disseram aos levitas que louvassem ao SENHOR com as palavras de Davi e de Asafe...” (v.30). Os músicos e cantores não exibiram a sua própria musicalidade... Não! Eles seguiram ao que foi deixado por Davi e Asafe como herança. Por que os compositores de hoje não querem mais fazer hinos que adorem de fato a Deus, preferindo fazer canções que agradam pessoas, como se a música hoje fosse um produto para atender a preferências pessoais? Temos de perguntar pelas veredas antigas (Jr 6.16).
7) Não houve nenhuma “adoração extravagante”. A adoração foi reverente! E o resultado foi a manifestação de Deus. Houve muita alegria: “E toda a congregação se prostrou quando cantavam o canto... o rei e todos quantos com ele se acharam se prostraram e adoraram. (...) E o louvaram com alegria, e se inclinaram, e adoraram” (vv. 28-30). Aleluia!
Diante do exposto, Deus aceita mesmo o que chamam hoje de "louvorzão"? Podemos mesmo acrecentar o sufixo "zão" a um termo tão santo, tão sacro, tão reservado, posto que, nesse caso, refere-se ao Senhor Todo-poderoso? Podemos mesmo aplicar o vulgarizante termo "louvorzão" a um culto de adoração e louvor ao Senhor Jesus Cristo? Ou o termo tem sido usado tão-somente para se ter um aval tácito para todas as aberrações que acontecem em cultos (cultos?) em que se faz tudo o que a carne pede?

Com temor e tremor,

Ciro Sanches Zibordi

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Música no culto ou culto à música? (2)


Como já defini o que é música sacra, as próximas três perguntas a serem respondidas nesta série sobre a música no culto são: “É possível compor músicas sacras? Como?”, “Existe música cristã” e “O que é a dessacralização da música?”
4 - É possível compor músicas sacras? Como?
O domínio da parte técnica é imprescindível para um compositor. No entanto, no caso de um compositor cristão, exige-se dele requisitos espirituais, a fim de que de fato produza músicas sacras, apropriadas para o louvor.Quais são as características de um compositor de música sacra? Primeiro, ele deve ter comunhão com o Espírito Santo (1 Co 14.15). Antes de falar de salmos, hinos e cânticos espirituais, o apóstolo Paulo, inspirado por Deus, disse: “... enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18,19). Muitas das aberrações que temos visto hoje na área do louvor certamente se devem ao fato de muitos músicos não serem cheios do Espírito. E ser cheio do Espírito significa ser dominado, ter a vida controlada pelo divino Consolador.Outra qualidade do compositor de música sacra é o conhecimento da Palavra de Deus. Engana-se quem pensa que o músico não precisa ter um profundo conhecimento bíblico. O que está escrito em Colossenses 3.16? “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração”.Requer-se, ainda, de um compositor de música sacra um coração cheio da alegria do Senhor (Tg 5.13), uma fé inabalável em Deus (Sl 106.12; Jo 9.38), esperança no Senhor (Sl 71.14) e disposição para enfrentar as provações da vida (Sl 74.21; Jó 1.20,21). Afinal, como diz o hino 126 da Harpa Cristã (editada pela CPAD), em sua quarta estrofe, “Os melhores hinos e poesias foram escritos em tribulação”.
5 - Existe música cristã?
Não, não existe música cristã! O que existe é música apropriada para o cristão louvar a Deus. A música é como o alfabeto. E, assim como não existe alfabeto cristão, as notas musicais são como as letras. Escrevem-se, com essas mesmas letras, mensagens sagradas ou profanas, cristãs ou satânicas. Existem bons e maus livros, todos escritos com as mesmas letras do alfabeto! Semelhantemente, compõem-se músicas próprias para o louvor ou não, e com as mesmas notas musicais!O que costumamos chamar de “música cristã” é, na verdade, a boa música, sacra, suave, com ênfase à melodia, apropriada para o louvor, que contrapõe-se à música má, frenética, erotizante, que apenas atende aos anseios humanos. Enquanto a boa música produz efeitos positivos, a má exerce influências negativas, independentemente de as suas letras serem cristãs ou mundanas. Qual é a diferença entre um heavy metal com letras cristãs e um com letras mundanas?Quando comparamos as partituras de uma “música cristã” e de uma “música secular”, vemos que não há diferenças: as notas são as mesmas. Assim, um cristão pode escrever e tocar música má, enquanto um incrédulo pode escrever uma boa música. Mas é claro que a fonte deve ser levada em consideração, haja vista o fato de o apóstolo Paulo ter expulsado o demônio de uma mulher que dizia a verdade (At 16.17,18).É preciso considerar, por conseguinte, o que disse o Senhor Jesus em João 4.23,24, a fim de que adoremos a Deus “em espírito e em verdade”. Esses dois elementos estão casados. Verdade sem espiritualidade não subsiste, e espiritualidade sem verdade também é infrutífera (2 Pe 3.18). Em resumo, a verdadeira música, que serve para louvar a Deus é a que é composta por um servo de Deus espiritual, compromissado com a verdade da Palavra de Deus.
6 - O que é a dessacralização da música?
Dessacralização é o ato ou o efeito de dessacralizar, de subtrair o caráter sagrado. É sinônimo de profanação. E a Bíblia Sagrada condena os profanos (2 Tm 3.2; Hb 12.16). No caso da música sacra, significa desprovê-la dos elementos que a tornam apropriada para o louvor. É torná-la vulgar, secular, como qualquer outra, chamando a atenção para os músicos e cantores, e não para o Senhor.Na Bíblia, estão registrados tristes episódios em que a música profana foi executada:
• A música dos adoradores do bezerro de ouro (Êx 32.4-25).
• A música pagã dos filisteus (Jz 16.23).
• A música de Israel desviado (Is 5.12).
• A música babilônica para adorar a estátua (Dn 3.5).
• A música de Belsazar (Dn 5.4).
• A música de Herodes (Mc 6.21,22).
Hoje, até a música secular está sendo corrompida. Estilos românticos, sentimentais, artísticos e folclóricos dão lugar a agressivos, frenéticos, lascivos e erotizantes, como o funk dos morros cariocas e o axé baiano. Essa deturpação diabólica atinge as igrejas, e isso é sem dúvidas uma forma de apostasia da fé (1 Tm 4.1). Estamos nos últimos dias e essa dessacralização tende a se acentuar a cada dia (Ap 18.10,22).Infelizmente, há líderes, pregadores e cantores que, de maneira irresponsável, têm dito: “Todos os ritmos são de Deus, mas o Diabo os roubou. Temos mesmo que usar todos os estilos para louvar a Deus”. Entretanto, o Senhor Jesus não aceita essa dessacralização, essa secularização (ou mundanização) que ora invade as igrejas.A carnalidade, o gosto pessoal, os estilos que agradam o povo (e não a Deus), os interesses comerciais, a imitação do mundo, etc., têm falado mais alto, e o povo tem sido manipulado. Tenho visto nas igrejas o emprego de estilos como forró, samba, reggae, funk, rock (com todas as suas variações) e vários outros impróprios para o louvor a Deus. Mas o Senhor brada, como bradou nos dias de Amós: “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos...” (5.23).
(continua...)
Ciro Sanches Zibordi

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Música no culto ou culto à música? (1)

Nesta série sobre a música no culto coletivo a Deus responderei de modo objetivo a várias perguntas. As primeiras são:
“O que é a música?”, “Qual é a origem da música?” e “O que é a música sacra?”
1 - O que é a música?
O vocábulo latino musica vem do grego mousiké, “a arte das musas”. A música é uma ciência, haja vista obedecer normas, regras; e é também uma arte, em razão de sua aplicação ser flexível e requerer preparo para sua execução. Daí o salmista ter dito: “... tocai bem e com júbilo” (Sl 33.3). “Tocar bem” diz respeito à parte técnica, que de maneira nenhuma deve ser deixada de lado; e “tocar com júbilo” refere-se ao modo da aplicação.Música é a arte e a técnica de combinar sons de maneira agradável ao ouvido. Agradável, não em relação ao gosto musical, mas aos bons efeitos que deve causar ao ouvido humano. E, para isso, precisa ser composta de emissões vibratórias com freqüências bem definidas, que podem ser captadas pelas limitações fisiológicas do ouvido.Há mais de 430 menções à música e ao louvor na Bíblia Sagrada. O livro de Salmos, o maior das Escrituras, com 150 capítulos, é um grande hinário de louvor ao Senhor. A música, apesar de não ser a tarefa mais sublime da Igreja na Terra, haja vista o “ide” do Senhor Jesus (At 1.8; Mc 16.15; Mt 28.19), é o único ofício que continuará sendo exercido no Céu, pois “... o seu louvor permanece para sempre” (Sl 111.10).
2 - Qual é a origem da música?
A música, em sua essência, teve origem no Criador e é executada diante dEle desde antes da criação (Jó 38.7; Ap 14.2,3; 15.3; 19.1-7). Os seres angelicais ocupam-se da adoração a Deus por meio da música (Lc 2.13,14; Ap 5.7-14; Ne 9.6; Sl 103.20; 148.2; Ap 7.11,12). Na Terra, ela originou-se com Jubal, descendente de Caim (Gn 4.17-21).De acordo com Salmos 19.1-3 e 150.6, toda a criação louva a Deus naturalmente, reconhecendo a sua soberania. Aos homens deu o Senhor o livre-arbítrio, a liberdade de escolha (Sl 51.15; 57.7), e alguns têm optado por não adorá-lo (Is 1.3; Rm 1.21). Mas, como diz o hino 124 da Harpa Cristã (editada pela CPAD), que todos juntos o louvemos (Sl 97; 95.6).
3 - O que é música sacra?
Há três elementos que formam a música sacra, rigorosamente nessa ordem:
• Melodia — sucessão ascendente e descendente de sons a intervalos e alturas variáveis, formando um fraseado. É adornada pela harmonia e acentuada pelo ritmo, embora possa ser compreendida isoladamente.
• Harmonia — combinação de sons simultâneos (emitidos no mesmo instante) tendo como base a tonalidade e como princípio gerador a estrutura do acorde.
• Ritmo — sucessão regular de tempos fortes e fracos cuja função é estruturar uma obra musical.Esses três elementos, intrínsecos na música, se relacionam com o homem (1 Ts 5.23). Assim como o ser humano é formado por espírito, alma e corpo, a música é composta de melodia, harmonia e ritmo.A melodia é a parte mais importante da música sacra, pois relaciona-se com o espírito, a parte mais relevante do tripartido ser humano (1 Ts 5.23). A harmonia e o ritmo não devem superar a melodia. Quando isso ocorre, abafa-se a essência da música sacra. Isto é dessacralização. Se a ordem for invertida, quem estará sofrendo influência com mais intensidade será o corpo, como acontece com alguns estilos musicais não apropriados para o louvor.

(continua...)

Ciro Sanches Zibordi

sábado, 4 de abril de 2009

Fotos dos dois Culto de Domingo

sexta-feira, 3 de abril de 2009

SANTA CEIA DO SENHOR

Sábado às 19:00 horas.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cronologia do Fim

Com relação aos eventos futuros, todos nós desejamos obter as seguintes respostas: quando, como, onde e porquê. Não é fácil colocarmos os acontecimentos em tal ordem que nos dê uma idéia do que irá acontecer em primeiro, em segundo ou em terceiro lugar. Tentaremos fazê-lo.

01) Sinais precursores da vinda de Jesus
Surgimento de falsos profetas; fome, guerras e terremotos em maior intensidade; maior perseguição aos servos fiéis; maior desobediência à Palavra; aumento da desobediência na relação familiar; aumento da crueldade, do orgulho, da ganância, da traição ( Mt 10.21; 24.4-11; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1-9; 4.3-4; 2 Pe 2.1-3; 2 Pe 3.3-5; Jo 15.19-20; At 14.22 ).

02) O Arrebatamento
A Igreja será arrebatada na primeira fase da vinda do Senhor; não sabemos quando será. Teremos nossos corpos transformados. Estaremos livres da ira vindoura ( Mt 24.42-44; 1 Ts 1.10; 4.16-17; Ap 3.10-11; Rm 8.23; 1 Co 15.50-55).

03) Tribunal de Cristo
O julgamento dos crentes segundo as suas obras. Não será julgamento para condenação. Uns receberão muitos galardões; outros, reprovação, poucos galardões ou nenhum ( Mt 5.11-12; 25. Jo 5.22; Rm 14.12; 1 Co 3.12-15; 9.25-27; 2 Co 5.10; Gl 6.8-10; Cl 3.23-25; Hb 6.10; Ap 2.26-28).

04) As Bodas do Cordeiro
Dar-se-á o encontro do noivo (Jesus) com a sua noiva (Igreja). Estaremos com Jesus para sempre. "Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro" ( Ap 19.7-9 ).

05) A Tribulação
Eventos anteriores à Tribulação: grandes sinais e maravilhas realizados por falsos profetas; grande atividade satânica e considerável aumento da apostasia (abandono da fé).

06) Anticristo
Inteligente e carismático, surgirá como líder mundial logo no início da Tribulação. ( 2 Ts 2.3-9; 1 Jo 2.18; Ap 13.1-10) Surgimento do Falso Profeta ( Ap 13.11-16 ). Início da abertura dos sete selos de Apocalipse 6. Grande perseguição a todos os que permanecerem fiéis a Cristo ( Dn 12.10; Ap 6.9-11; 20.4).

07) Grande Tribulação
O tempo total da Tribulação será de sete anos. Chama-se Grande Tribulação os últimos três anos e meio desse período. Será um tempo de aflição sem medida. A feitiçaria e as atividades demoníacas alcançarão grau máximo. Deus continuará derramando seus juízos sobre a terra ( Ap 9.1-21; 16.1-21). Tempo de grande sofrimento para os judeus ( Dn 9.27; Is 13.9-11; Mt 24.15-28; Jr 30.5-7 ).

08) A Vinda de Jesus (Segunda fase)
Jesus surgirá de forma visível e triunfará sobre o Anticristo e seus exércitos na Batalha do Armagedom. Virá com os crentes, os anjos e os santos da tribulação. Satanás será preso por mil anos ( Zc 12.10; 14.3-7; Ap 20.2; 19.11-21 ).

09) O Julgamento das Nações
Esse julgamento objetiva selecionar os povos que participarão do Milênio ( Jr 3.2,11,12,14; Mt 25.31-46 ).

10) O Milênio
Período de mil anos sob o reinado de Jesus ( Ap 20.4; 2 Tm 2.17; Rm 8.17 ).

11) Última revolta de Satanás
"Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, e sairá a enganar as nações... a fim de ajuntá-las para a batalha. Mas desceu fogo do céu, e os consumiu. E o diabo foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta. De dia e de noite serão atormentados para sempre ( Ap 20.7-10 ).

12) O Juízo Final
Os ímpios de todas as épocas ressuscitarão para serem julgados segundo suas obras ( Ap 20.11-15).

13) Novos Céus e nova Terra
"Então vi um novo céu e uma nova terra, pois já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe" ( Ap 21.1).

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A síndrome do papagaio (2)

Nesta segunda parte, analiso mais algumas frases citadas como se fossem versículos bíblicos.

Esforça-te, e eu te ajudarei”. A frase “Esforça-te” aparece várias vezes na Bíblia, mas nunca acompanhada de “e eu te ajudarei”. Veja alguns exemplos: “Esforça-te, e tem bom ânimo” (Js 1.6,7,9,18; 1 Cr 22.13; 28.20); “Esforça-te, e esforcemo-nos” (1 Cr 19.13); “Esforça-te, e faze a obra” (1 Cr 28.10); “Esforça-te, e clama” (Gl 4.27). No plural, ela também aparece algumas vezes, sem o complemento citado (Nm 13.20; Js 10.25; 23.6; 1 Sm 4.9; 13.28; 2 Cr 15.7; Sl 31.24; Ag 2.4). Apesar de o versículo não existir, não há dúvida de que o Senhor ajuda os seus servos que se esforçam (1 Co 15.58).
“Eu venci o mundo, e vós vencereis”. É claro que através da vitória de Cristo todos os seus seguidores autênticos, nascidos de Deus (1 Jo 5.4), se tornam mais do que vencedores (Rm 8.37). Não obstante, as palavras de Jesus em João 16.33 foram apenas: “Tenho-vos dito isto para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. O complemento “e vós vencereis” é um acréscimo às palavras do Mestre, prática que ele mesmo proibiu (Ap 22.18).
“Fazei o bem sem olhar a quem”. Esta frase é uma distorção de Gálatas 6.10: “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”. O cristão deve fazer o bem, pois ele tem a bondade, um dos elementos do fruto do Espírito (Gl 5.22). Mas fazer o bem “de olhos fechados” pode ser perigoso. Existem muitas pessoas que dizem ser missionários ou pastores. Eles sempre contam casos tristes para aplicar os seus “golpes”, e os irmãos bondosos, por não olharem a quem estão ajudando, acabam sendo lesados. Cabe-nos ajudar as pessoas comprovadamente necessitadas: “Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra” (Dt 15.11).
“Jesus é o Médico dos médicos”. Certos pregadores afirmam: “A Bíblia diz que Jesus é o Médico dos médicos”. Nas Escrituras, não existe esta menção. Jesus é chamado de Senhor dos senhores e Rei dos reis (Ap 17.14). Em nenhum lugar ele é chamado de Médico dos médicos. A expressão hebraica que demonstra o seu poder de curar os enfermos é Yahweh-Roph´eka, que significa “O Senhor que te sara”, também traduzida como: “O Senhor, teu Médico” (Êx 15.26).
“Mente vazia é oficina do diabo”. De fato, a pessoa que não ocupa a sua mente com as “coisas que são de cima” (Cl 3.1,2) acaba ficando vulnerável aos ataques do adversário. Como ser espiritual, ele tem influência sobre a mente dos incrédulos (2 Co 4.4; Ef 6.17). Segue-se que a frase é apenas apropriada para ilustrar o papel do diabo como tentador, não devendo ser usada com um versículo sagrado.
“O amor encobre uma multidão de pecados”. Esta frase possui um acréscimo sutil, o prefixo “en”, capaz de torcer a mensagem bíblica. Encobrir significa esconder, ocultar. E, de acordo com a Bíblia, “O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará” (Pv 28.13). É preciso atentar para o que realmente as Escrituras dizem: “... o amor cobrirá uma multidão de pecados” (1 Pe 4.8). Dentro do contexto bíblico, cobrir significa perdoar. E a diferença entre cobrir e encobrir pecados é vista principalmente no Salmo 32: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” (v.1); “Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri” (v.5).
“O dinheiro é a raiz de todos os males”. Às vezes, por não ler a Bíblia com atenção, alguns animadores de auditório caem no erro de omitir parte dos versículos bíblicos, gerando confusão. O dinheiro é importante e precisamos dele para a nossa manutenção. O errado é pôr o coração nele (Mt 6.19-21). Paulo não condenou o dinheiro, mas sim a ganância e a avareza: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.10).
“O pouco com Deus é muito”. Há animadores de auditório citando a presente frase como se fosse bíblica. É verdade que a matemática de Deus é diferente, pois quanto mais se tira tanto mais é acrescentado (Pv 11.24). Todavia, conquanto a frase em questão seja correta, não está registrada no Livro Sagrado.
“Os viciados não herdarão o reino de Deus”. A palavra “viciado” se aplica à pessoa que possui qualquer tipo de vício (do latim vitiu, tendência habitual para o mal). Mas a Bíblia não condena de forma explícita os viciados, como ocorre neste pseudoversículo bíblico. Alguém poderá perguntar: “Se a Bíblia não condena especificamente o cigarro ou algum tipo de droga, eu tenho permissão para usá-los?” Nos tempos do Novo Testamento, ainda não havia o cigarro nem as drogas conhecidas hoje, não havendo razão para os escritores neotestamentários condená-los de modo específico. Contudo, está claro nas páginas sagradas que os que destroem o corpo, independentemente da maneira como o fazem, não herdarão o reino de Deus (1 Co 6.10-20; Gl 5.19-21). Ademais, Zofar alertou: “Porque ele [Deus] conhece os homens vãos, e vê o vício; e não o terá em consideração?” (Jó 11.11). Leia também Daniel 6.4.
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Esta frase, empregada para enfatizar a justiça de Deus, não está registrada na Bíblia Sagrada. É uma deturpação das palavras de Jesus a Pedro: “Mete no seu lugar a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada à espada morrerão” (Mt 26.52).
“Quem dá aos pobres, empresta a Deus”. Usada principalmente pelos católicos romanos, esta frase já está nos lábios de alguns cristãos. Todavia, o versículo bíblico que mais se aproxima de tal afirmação é Provérbios 19.17: “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu benefício”. Alguém dirá: “Mas não é a mesma coisa?” Não! Pois o versículo bíblico possui o selo da inspiração!
“Vinde a mim como estais”. Jesus recebe o pecador arrependido na condição em que está. Todavia, a frase em questão não está registrada nos Evangelhos, apesar de ser usada com freqüência por muitos pregadores. Em seu lugar, pode-se usar um versículo bíblico autêntico, como Mateus 11.28: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Portanto, não seja como o papagaio, que repete, repete, repete... Seja como os bereanos, que examinavam nas Escrituras tudo o que ouviam. Afinal, a própria Bíblia Sagrada diz: “Examinai tudo. Retende o bem” (1 Ts 5.21).

Ciro Sanches Zibordi